Afinal, a grama sintética é melhor do que a natural para a performance de um jogador em campo?
A grama sintética surgiu pela primeira vez em 1966 nos Estados Unidos – e não foi no futebol, e sim em um campo de baseball indoor.
Inicialmente, havia grama natural com painéis translúcidos que permitiam a entrada da luz solar. Mas como ela atrapalhava a visão dos jogadores, o teto foi coberto, e com isso a grama morreu.
A solução foi trocar por uma grama sintética. E assim nasceu a AstroTurf, o primeiro campo esportivo do mundo a utilizar grama sintética. Depois dele, muitos outros surgiram, mas com o passar dos anos, caiu no desgosto dos jogadores, que reclamavam da cor artificial e pelo fato de o concreto deixar a grama menos macia do que a natural.
Mas com a tecnologia de hoje, esses gramados artificiais são feitos com um tipo de esponja que deixa o chão mais macio e protege o jogador em caso de queda. Hoje nos Estados Unidos mais de 32 estádios da NFL usam a grama sintética!
Como a grama sintética muda o futebol?
A grama sintética tem suas vantagens e desvantagens. Para os profissionais do esporte, há duas preocupações: a jogabilidade/performance e o risco de lesão.
Se a grama é mais alta, prejudica a performance do jogador, especialmente no quesito passes com precisão. Isso é inegável! Mas existe ainda o risco da lesão. Sydney LeRoux, atacante da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, publicou uma foto em que a sua canela estava toda ferida por causa das lâminas de plástico que compõem a grama artificial.
Mas há ainda mais um problema. Alguns gramados são feitos com um material de borracha, derivado daqueles que são usados para fabricar pneus. E com isso ficou comprovado que a grama artificial esquenta muito mais do que a natural.
Por isso o uso de grama artificial x grama natural ainda gera bastante debate quando campos são construídos.
A dúvida vem do fato de que pode ser menos custoso, além de ter algumas vantagens também.
Prova disso é o estádio do Athletico Paranaense. Você sabia que a sustentação do gramado é sintética? Ela é feita de uma gigante malha de fibra de coco, que absorve muito melhor a água e a umidade, permitindo maior fluidez dos atletas em campo.
E quais são os benefícios de se utilizar grama sintética em campo?
Confira abaixo 3 motivos que justificam o uso da grama sintética.
Manutenção facilitada
Segundo especialistas, a grama sintética dá muito menos trabalho de ser cuidada do que a natural. Isso porque ela não precisa ser aparada, regada e nutrida (fora os cuidados com excesso de água e sol).
Basta varrer com aparelhos especiais e fazer a reposição dos pequenos grãos de borracha que dão maior aderência. Fazendo esse tipo simples de manutenção, as quadras com grama sintética podem ser utilizadas a qualquer hora e época do ano, independentemente de estar fazendo chuva ou sol.
A grama natural, por outro lado, demanda cuidados diários, especialmente em escolas de futebol, onde há treinos praticamente todos os dias. Nesses casos, vale mais a pena utilizar a grama sintética mesmo.
Até porque, se ela for instalada corretamente e a manutenção for feita da forma adequada, pode durar até 15 anos.
Menos custos com a grama sintética
Como há menos manutenção envolvida, os custos também são mais baixos.
Mas a manutenção está atrelada à frequência de uso. Quanto mais utilizada for a quadra, mais manutenção será necessária e maiores serão os gastos.
Na Copa de 2014, por exemplo, muitos estádios do Brasil precisaram trocar o gramado para atender aos padrões da FIFA. E trocar toda a grama de um estádio custa uma pequena fortuna!
Gramado natural exige muitos cuidados que o gramado sintético não precisa ter, como irrigação em horários específicos, aparação, sem contar o gasto com produtos químicos para evitar a proliferação de pragas, como cupins, formigas e outros insetos.
Por outro lado, a instalação da grama natural é mais barata, porque a sintética exige um piso de sustentação, e a grama natural é plantada diretamente na terra.
Desempenho: qual grama é mais adequada?
Como a tecnologia está cada vez melhor, os gramados sintéticos de hoje em dia são muito parecidos com a grama natural e proporcionam um desempenho melhor do que no passado.
O quicar da bola, por exemplo, está bem próximo de como seria com o gramado natural. Mas ainda não é a mesma coisa e essa pequena diferença pode fazer uma grande diferença em momentos decisivos do jogo.
Mas a questão do calor ainda é um problema: a grama sintética continua esquentando muito mais do que a grama natural.
Importante destacar ainda que independentemente do material utilizado, a qualidade é imprescindível para que os atletas tenham um ótimo desempenho, seja durante o treino ou em campeonatos.
Na Copa do Mundo de 2022 no Qatar, os estádios vão utilizar um super sistema de resfriamento com alta tecnologia para conter o calor da região. E o mais curioso é que muitos estádios são abertos (mas o Qatar tem dinheiro e tecnologia suficiente para isso).
Quem sabe no futuro os estádios com grama sintética utilizam essa mesma tecnologia para evitar que a grama esquente demais?
No final das contas, não existe um gramado bom ou ruim. Depende do orçamento dos clubes e da modalidade de futebol (como o futebol de campo x campo society).
Qual a sua opinião sobre o uso de grama sintética nas quadras e campos? Deixe seu comentário abaixo!